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Drauzio Varella (Médico)

Drauzio Varella (Médico)

 

CRÉDITOS: Todos os textos a seguir são provenientes de textos do médico Dráuzio Varela, tanto tirados do Livro "Intersexo", do Livro "Borboletas da Alma" e também tirados do site do Dráuzio Varella. Portanto, todos os créditos são do Dráuzio Varella.   

 

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LIVRO "INTERSEXO"

Se você tem cromossoma Y é homem; se não tem, é mulher, diziam os antigos. Hoje, sabemos que a biologia sexual é muito mais complexa.

Na primeira metade do século 20, foram descritos transtornos de desenvolvimento sexual em que havia disparidade entre os cromossomas e a anatomia dos órgãos sexuais. Em alguns deles, a distinção entre masculino e feminino era tão imprecisa que gerava dúvidas nos médicos e nas famílias, sobre a forma de educar a criança.

Alguns autores calculam que existia um caso desses transtornos em cada 100 nascimentos.

A revista "Nature" publicou uma revisão da literatura com o título: "O Sexo Redefinido".

Nela, explica que o binário XX/YY caiu em descrédito na GENÉTICA MODERNA, quando foram identificadas mutações de certos genes envolvidos no desenvolvimento, responsáveis por modificações SUTIS na anatomia e na fisiologia sexual.

A rigidez do modelo binário não deixa espaço para explicar esses casos intermediários, em que fica impossível definir limites exatos de separação entre os sexos.

E, o conceito mais surpreendente: QUASE todos nós somos uma colcha de retalhos de células distintas, algumas das quais não combinam geneticamente com as do resto do corpo, ou seja, células XX em tecidos de homens e XY em mulheres.

O sexo de cada célula do organismo é definido por uma rede de interações de altíssima complexidade. O especialista John Achermann, do London College, diz: "Existe grande diversidade genética tanto no sexo masculino quanto no feminino, e há áreas de intersecção com algumas pessoas que não se enquadram na estrutura binária (homem/mulher)".

Na vida INTRAUTERINA, os limites são ainda mais nebulosos. Até a QUINTA SEMANA de gestação, o embrião tem potencial para dar origem à anatomia sexual masculina ou feminina. É só a partir da SEXTA SEMANA que as GÔNADAS começam a diferenciar-se na direção de testículos ou ovários.

Se houver formação de testículos, eles secretam testosterona e outros hormônios que forçam a atrofia das tubas e do útero. Na situação oposta, a secreção de estrogênio pelos ovários e a falta de testosterona atrofiam os dutos espermáticos e o epidídimo.

Os mesmos hormônios controlam a formação dos GENITAIS externos e, na PUBERDADE, o aparecimento dos caracteres sexuais secundários. Pequenas alterações em algum desses passos podem ter consequências radicais. Mutação num único gene, às vezes, é suficiente para que uma pessoa XX desenvolva características masculinas e vice-versa.

Durante muitos anos, a ciência acreditou que o desenvolvimento masculino era consequência da ativação de um programa disparado pelo cromossoma Y. O feminino resultaria da falta de competência para a ativação desse cromossoma.

A descoberta de GENES que promovem a formação de ovários e suprimem a ação daqueles responsáveis pelo desenvolvimento testicular, levou ao abandono da simplicidade do binário e ao entendimento do sexo como um sistema biológico complexo, mediado por uma disputa entre redes de genes com interesses opostos (BERENICE, 2018; PP. 9,10).

 

 

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LIVRO "BORBOLETAS DA ALMA"

Há quem ache que os homossexuais já nascem assim. outros, ao contrário, dizem que a conjunção do ambiente social com a figura dominadora do genitor do sexo oposto é que é decisiva na expressão da homossexualidade, masculina ou feminina.

Como separar o patrimônio genético herdado involuntariamente de nossos antepassados da influência do meio foi uma discussão que monopolizou o estudo do comportamento humano durante pelo menos dois terços do século XX.

Os defensores da origem genética da homossexualidade usam como argumento os trabalhos que encontram concentração mais alta de homossexuais em determinadas famílias e os que demonstram maior prevalência de homossexualidade em irmãos gêmeos univitelinos criados por famílias diferentes sem nenhum contato pessoal.

Mais tarde, com os avanços dos métodos de NEUROIMAGEM, alguns autores procuram diferenças na morfologia do cérebro que explicassem o comportamento homossexual.

Os que defendem a influência do meio têm ojeriza aos argumentos genéticos. Para eles, o comportamento humano é de tal complexidade que fica ridículo limitá-lo à bioquímica da expressão de meia dúzia de genes. Como negar que a figura excessivamente protetora da mãe, aliada à do pai pusilânime, seja comum a muitos homens homossexuais? Ou que uma ligação forte com o pai tenha influência na definição da sexualidade da filha?

Sinceramente, essa discussão é antiquada.

A propriedade mais importante do sistema nervoso central é sua plasticidade. De nossos pais herdamos o formato da rede de neurônios que trouxemos ao mundo. No decorrer da vida, entretanto, os sucessivos impactos do ambiente provocaram tamanha alteração plástica na arquitetura dessa rede primitiva que ela se tornou absolutamente irreconhecível e original.

Cada indivíduo é um experimento único da natureza porque resulta da interação entre uma arquitetura de circuitos neurais geneticamente herdada e a experiência de vida. Ainda que existam irmãos geneticamente iguais, jamais poderemos evitar as diferenças dos estímulos que moldarão a estrutura microscópica de seus sistemas nervosos. Da mesma forma, mesmo que o oposto fosse possível - garantirmos estímulos ambientais idênticos para dois recém-nascidos diferentes -, nunca obteríamos duas pessoas iguais por causa das diferenças na constituição de sua circuitaria de neurônios. por isso, é impossível existirem dois seres humanos com a mesma forma de agir e de pensar.

Em matéria de comportamento, o resultado do impacto da experiência pessoal sobre os eventos genéticos, embora seja mais complexo e imprevisível, é regido por interações semelhantes. No caso da sexualidade, para voltar ao tema, uma mulher com desejo sexual por outras pode muito bem se casar e até ser fiel a um homem, mas jamais deixará de se interessar por mulheres. Quantos homens casados vivem experiências homossexuais fora do casamento? Teoricamente, cada um de nós tem discernimento para escolher a conduta pessoal mais adequada socialmente, mas não há quem consiga esconder de si próprio seus desejos sexuais.

Até onde a memória alcança, sempre existiram maiorias de mulheres e homens heterossexuais, e uma minoria de homossexuais. O espectro da sexualidade humana é amplo e de alta complexidade: vai dos heterossexuais empedernidos aos que não têm o mínimo interesse pelo sexo oposto. Entre os dois extremos, em gradações variadas entre hetero e a homossexualidade, oscilam os menos ortodoxos. 

Como o presente não nos faz crer que essa ordem natural vá se modificar, por que é tão difícil aceitarmos a riqueza da biodiversidade sexual de nossa espécie? Por que insistirmos no preconceito contra um fato biológico inerente à condição humana?

Em contraposição ao comportamento adotado em sociedade, a sexualidade humana não é questão de OPÇÃO INDIVIDUAL, como muitos imaginam; ela simplesmente se impõe a cada um de nós. Simplesmente, é! (VARELLA, 2006, PP 82,83,84).  

 

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O SEXO REDEFINIDO

(texto original)

A ideia de que existem apenas dois sexos separados pela presença ou ausência do cromossoma Y é simplista. Veja artigo do dr. Drauzio sobre genética e gênero.

A ideia de que existam apenas dois sexos separados pela presença ou ausência de um cromossoma Y, é simplista. Os cromossomas podem dizer uma coisa, enquanto ováriostestículos, hormônios e a anatomia sexual indicam outra direção.

Descritas como distúrbios de desenvolvimento sexual, condições intersexuais ocorrem em 1% dos seres humanos. Claire Ainsworth publicou uma revisão sobre o tema na revista “Nature”, uma das mais respeitadas no mundo científico. A discussão se ateve ao lado biológico, não foram abordados aspectos comportamentais.

Veja também: Conduta para lidar com intersexo no nascimento divide especialistas

Quando a genética é levada em consideração, a linha divisória entre os sexos fica nebulosa. Pequenas variações nos genes envolvidos no desenvolvimento sexual exercem efeitos sutis ou marcantes na anatomia e na fisiologia.

Estudos recentes mostram que somos formados por células geneticamente díspares, algumas das quais com cromossomas sexuais que não combinam com os do resto do organismo. A diversidade genética existente nos tecidos de uma pessoa nem sempre se enquadra na ortodoxia binária: masculino/feminino.

Até a 5a semana de vida, o embrião tem potencial para formar órgãos de ambos os sexos. A partir da 6a, surgem as estruturas gonadais que formarão as tubas e o útero da futura menina ou os dutos deferentes, vesículas seminais e os epidídimos.

O ambiente hormonal gerado por ovários ou testículos condicionará o desenvolvimento dos órgãos sexuais externos e, na puberdade, as características secundárias. Desequilíbrios entre as moléculas responsáveis por essas etapas causarão efeitos dramáticos na definição do sexo.

Mutações nos genes que controlam tais eventos moleculares, podem resultar em características tipicamente femininas em indivíduos XY ou masculinas em pessoas XX.

À medida que a Biologia deixa claro que o conceito de sexo envolve um espectro, a sociedade e as leis terão que decidir como traçar a linha divisória entre os gêneros.

Trata-se de um processo complexo de diferenciação, no qual a identidade das gônadas e dos caracteres sexuais secundários emerge num contexto entre duas redes opostas de genes, uma das quais inibe a expressão da outra.

Modificações da estrutura desses genes e das moléculas codificadas por eles deslocam o equilíbrio das características sexuais para torná-las mais condizentes ou mais distantes do binário XX ou XY.

A conclusão é que, do ponto de vista genético, existe entre as mulheres e os homens típicos um espectro de pessoas com variações cromossômicas sutis, moderadas ou acentuadas. Neste último caso, as gônadas chegam a ser mistas (ovotestis), os cromossomas podem ser XX, XY ou uma mistura de ambos e os genitais externos têm aparência ambígua.

O dogma de que cada célula contém exatamente o mesmo set de genes está ultrapassado. Em alguns casos, os cromossomas se misturam no óvulo fertilizado, de modo que um embrião que iniciou como XY pode perder o cromossoma Y em um grupo de células (mosaicismo).

Se a maioria de suas células for XY, a aparência física será de homem. Se a maioria for XX, a mulher terá ovários atrofiados e baixa estatura (síndrome de Turner).

Cromossomas de sexos diferentes na mesma pessoa também surgem quando dois óvulos fertilizados se fundem no início do desenvolvimento (quimerismo), distúrbio que ocorre em 1% dos nascimentos.

Nos anos 1970, ficou demonstrado que células-tronco do feto cruzavam a placenta, caíam na circulação materna e não eram rejeitadas (microquimerismo). Outras células seguiam no caminho oposto: da mãe para o feto.

Vinte anos mais tarde, nova surpresa: essas células podem sobreviver décadas. Foram encontradas células XY até no cérebro de mulheres autopsiadas, a mais velha das quais tinha 94 anos.

Células com essa origem se integram aos tecidos em que se instalam, adquirindo funções especializadas — como formar novos neurônios, por exemplo.

Hoje, sabemos que células XX e XY se comportam de forma diversa, independente dos hormônios sexuais.

À medida que a Biologia deixa claro que o conceito de sexo envolve um espectro, a sociedade e as leis terão que decidir como traçar a linha divisória entre os gêneros. Devem ser considerados os cromossomas, as células, os hormônios ou a anatomia externa? E o que fazer quando esses parâmetros se contradizem?

Diante de tal complexidade, não seria mais sensato considerarmos irrelevante o sexo ou o gênero de qualquer pessoa?

 

 

 

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HOMOSSEXUALIDADE, DNA E A IGNORÂNCIA

(texto original)

Nas duas últimas décadas, acumulamos evidências científicas suficientes para afirmar que a homossexualidade não é escolha nem estilo de vida.

“Quem quiser gostar de mim, eu sou assim,” diz o samba de Wilson Baptista.

A homossexualidade tem forte componente genético. Diversos estudos com gêmeos univitelinos demostraram que, quando um deles é homossexual, a probabilidade de o outro também o ser varia de 20% a 50%, ainda que separados quando bebês e criados por famílias estranhas.

Veja também: Vídeo sobre homossexualidade

Nas duas últimas décadas, acumulamos evidências científicas suficientes para afirmar que a homossexualidade está longe de ser mera questão de escolha pessoal ou estilo de vida. É condição enraizada na biologia humana.

Nunca houve nem existirá sociedade em que a homossexualidade esteja ausente. O estudo mais completo até hoje, realizado por Bailey e colaboradores da Austrália, mostrou que 8% das mulheres e dos homens são homossexuais.

Em 1993, o geneticista Dean Harner propôs um caminho para a identificação dos “genes gay”, sequências de DNA que estariam localizadas no cromossomo X (região Xq28). A descrição virou manchete de jornal, mas não pôde ser confirmada por outros pesquisadores, requisito fundamental para adquirir validade científica.

O fato de que 20% a 50% dos gêmeos univitelinos apresentam concordância da homossexualidade ressalta a influência genética, mas deixa evidente que a simples identidade de genes não justifica todos os casos.

Veja também: Artigo sobre violência contra homossexuais

Em 2012, William Rice propôs que a epigenética explicaria com mais clareza a orientação sexual. Damos o nome de epigenéticas às alterações químicas do DNA que modificam a atividade dos genes sem, no entanto, alterar-lhes a estrutura química.

Durante o desenvolvimento, os cromossomos podem sofrer reações químicas, que não afetam propriamente os genes, mas podem “ativá-los” ou “desligá-los”. O exemplo mais conhecido é a metilação, processo em que um radical metila (CH3) se fixa a uma região específica do DNA, formando o que chamamos de epimarca.

Como algumas epimarcas são silenciadas nos óvulos e espermatozoides, enquanto outras podem ser transmitidas aos descendentes, Rice propôs que epimarcas ancoradas junto aos genes responsáveis pela sensibilidade à testosterona podem conduzir à homossexualidade, quando transmitidas do pai para a filha ou da mãe para o filho.

Especificamente, ainda no ventre materno, epimarcas que afetam a resposta às ações da testosterona produzida pelos testículos ou ovários fetais, são capazes de masculinizar o cérebro de meninas ou afeminar o dos meninos, conduzindo, mais tarde, à atração homossexual.

A homossexualidade é um fenômeno de natureza tão biológica quanto a heterossexualidade. Esperar que uma pessoa homossexual não sinta atração por outra do mesmo sexo, é pretensão tão descabida quanto convencer heterossexuais a não desejar o sexo oposto.

O grupo de Eric Vilain, um dos mais conceituados nessa área, estudou 37 pares de gêmeos idênticos discordantes (apenas um homossexual) e 10 pares concordantes.

A avaliação de 140 mil regiões do DNA desses gêmeos permitiu identificar cinco delas em que os padrões de metilação guardavam relação direta com a orientação sexual em 70% dos casos.

Por que razão alguns gêmeos idênticos terminam com padrões distintos de metilação?

Segundo Rice, epimarcas podem ser apagadas num irmão e persistir no outro. Vilain concorda: diferenças sutis no ambiente intrauterino, ditadas pela circulação do sangue e a posição espacial de cada feto, seriam as causas mais prováveis.

A antiga visão do sexo como um binário, condicionado pelos cromossomos XX ou XY, está definitivamente ultrapassada. Ela é incapaz de explicar a diversidade de orientações sexuais existente nos seres humanos, nos demais mamíferos e até nas aves.

Transmitidas de pais para filhos, epimarcas específicas nas regiões do DNA ligadas às reações dos tecidos fetais à testosterona oferecem bases mais sólidas, inclusive para entender os casos de bebês com órgãos sexuais ambíguos e das pessoas que julgam haver nascido em corpos que não condizem com sua individualidade sexual.

A homossexualidade é um fenômeno de natureza tão biológica quanto a heterossexualidade. Esperar que uma pessoa homossexual não sinta atração por outra do mesmo sexo, é pretensão tão descabida quanto convencer heterossexuais a não desejar o sexo oposto.

Os que assumem o papel de guardiões da família e da palavra de Deus para negar às mulheres e homens homossexuais os direitos mais elementares, não são apenas sádicos, preconceituosos e ditatoriais, são ignorantes.

 

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DNA E HOMOSSEXUALIDADE

 

(texto original

Conduta sexual não é estilo de vida. Pesquisa mostra que há relação entre DNA e homossexualidade, mas não é determinante.

É difícil explicar a prevalência da homossexualidade pela perspectiva evolucionista. A lógica sugere que um fenótipo capaz de reduzir as chances de procriação fosse eliminado pela seleção natural.

A homossexualidade, no entanto, é tão antiga quanto as populações humanas. Um grande estudo australiano, publicado em 2000, mostrou que sua prevalência em ambos os sexos é de cerca de 8%.

A literatura científica dos últimos 20 anos deixa claro que o comportamento homossexual não é mera questão de estilo de vida, está arraigado na biologia individual.

Veja também: Gays e heterossexuais incuráveis

As evidências levaram à procura dos “genes gays”, como fez o geneticista Dean Hamer, em 1993, ao publicar na revista “Science que um ou mais genes presentes na posição q28 do cromossomo X estariam ligados à homossexualidade. Apesar da repercussão na imprensa leiga, os achados de Hamer nunca foram reproduzidos.

Estudos realizados entre gêmeos univitelíneos mostram que, quando um dos irmãos é gay, o outro tem 20% a 50% de probabilidade de exibir a mesma característica. Embora fale a favor da genética, essa observação deixa claro que a herança não é a única explicação.

No último encontro da Sociedade Americana de Genética Humana realizado em setembro, em Baltimore, o grupo de Eric Vilain, da Universidade da Califórnia, demonstrou que modificações químicas do genoma humano que alteram a atividade dos genes sem tocar na integridade do DNA, podem exercer grande influência na sexualidade.

Conhecidas com o nome de epigenéticas, essas modificações podem “ligar” e “desligar” determinados genes, sem desrespeitar sua estrutura química.

A mais estudada delas é a metilação, processo através do qual um radical metila se liga a uma região específica do DNA, interferindo com a expressão dos genes aí presentes. Pesquisas recentes demostraram que essas “epimarcas” podem ser apagadas ou eventualmente transmitidas para as futuras gerações.

Em 2012, William Rice sugeriu que elas estariam associadas à homossexualidade, quando transmitidas do pai para a filha ou da mãe para o filho. Epimarcas assim herdadas teriam influência na sensibilidade do feto à testosterona ainda no útero materno, a ponto de masculinizar cérebros de meninas e femininizar o de meninos, fenômeno que conduziria mais tarde à atração pelo mesmo sexo.

O grupo de Vilain examinou os padrões de metilação em 140 mil regiões do DNA de 37 pares de gêmeos univitelíneos discordantes, isto é, quando apenas um deles era gay, e em 10 pares concordantes. Foram identificadas cinco regiões do genoma em que os padrões de metilação estavam ligados intimamente à orientação sexual. Com base neles, foi possível prever essa característica individual com 70% de acurácia.

As diferenças da metilação em gêmeos iguais discordantes seriam determinadas por diferenças sutis do ambiente de cada feto na vida intrauterina.

Os autores insistem que esses achados jamais conduzirão a testes laboratoriais para identificar a homossexualidade, muito menos para evitá-la.

 

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FONTES BIBLIOGRÁFICAS

BERENICE, Maria Dias, 2018; Intersexo; Editora: Thomson Reuters.

VARELLA, Dráuzio, 2006; Borboletas da Alma: Escritos Sobre Ciência e Saúde; Editora: Companhia das Letras.

 

 

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